Desaparecimento aconteceu em Petrolina, PE,
em fevereiro de 2010.
As investigações estão temporariamente
arquivadas, diz delegado.
Neste mês um caso de desaparecimento
registrado em Petrolina, no Sertão pernambucano, completou quatro anos sem
solução e nem pistas. A técnica de enfermagem Cleaci de Souza Rodrigues tinha
35 anos na época, morava no Núcleo 1 do Projeto de Irrigação Senador Nilo
Coelho e trabalhava como técnica de enfermagem no antigo Hospital de Urgência e
Traumas, atualmente Hospital Universitário do Vale do São Francisco.
No dia 13 de fevereiro de 2010, ela saiu de
casa por volta das 10h, dizendo que iria para a Ilha do Massangano, na Zona
Rural da cidade, em companhia de uma amiga. Na época do desaparecimento,
familiares disseram que a amiga da técnica confirmou que as duas saíram juntas
e que depois do passeio, Cleaci a teria deixado em casa e ido embora.
Dois dias depois, o carro da técnica de
enfermagem foi encontrado nas proximidades de um clube localizado na orla da
cidade. O veículo estava parcialmente submerso no Rio São Francisco. Na época,
familiares informaram que ela não tinha inimigos.
De acordo com a irmã de Cleaci, Celicia Maria
de Souza Ribeiro, a falta de respostas é o que mais aflige. “Há quatro anos a
gente vem passado por esse problema que é muito difícil e a justiça até agora
não deu nenhuma resposta concreta de como estão as investigações”, lamentou.
Para os familiares só ficou a sensação de
revolta. “É com certeza revoltante a gente saber que uma pessoa desaparece e
que a justiça trata isso como se fosse corriqueiro, como se fosse normal,
natural e a gente sabe que isso não pode acontecer. Eles deveriam usar os
recursos necessários para essas investigações, se empenhar mais porque a gente
não tem outro caminho”, desabafou a irmã da vítima.
Para a polícia o desaparecimento de Cleaci
continua mesmo sem solução, tanto que o caso está arquivado temporariamente.
Segundo o delegado da Polícia Civil, Magno Neves, primeiro delegado responsável
pelas investigações, nenhuma novidade surgiu e devido à ausência de indícios de
homicídio, sequestro, ou qualquer outro crime, o caso é tratado como
desaparecimento, pois não há nem suspeitos de envolvimento.
Segundo Magno Neves, foram feitas exaustivas
investigações. “No momento nós não temos nenhuma novidade o que nós temos é que
na época das primeiras investigações não se conseguiu definir a localização do
corpo e nem se conseguiu concluir se houve homicídio ou não. Ou seja, as provas
que existem nos autos não são suficientes para confirmar se houve homicídio.
Nós estamos lidando com o caso de desaparecimento, ele está em arquivamento
temporário mas pode ser reaberto a qualquer momento, a depender do surgimento
de novas provas”, explicou o delegado destacando ainda que nenhum caso como
este foi registrado na cidade.
Depois de quatro anos, o delegado afirma que
a solução para o caso é quase impossível. “O carro passou por pericia, não foi
encontrado nenhum vestígio de sangue, já que se fosse encontrado, haveria
indicio de execução. Nós não temos como perpetuar uma investigação que já se
mostrou exaurida”, justificou Magno Neves, salientando que já foram realizadas
diversas buscas e apreensões em vários locais, além de quebra de sigilo
telefônico, mas tudo sem sucesso.