Unidade funcionará em São José e terá alcance
estadual
A partir desta terça-feira, seis
investigadores e um delegado da Polícia Civil estarão imbuídos de uma missão: encontrar
pessoas desaparecidas em Santa Catarina. Eles fazem parte da mais nova
delegacia de polícia especializada criada no Estado.
Antes de devolver a alegria aos familiares,
ou simplesmente confortá-los com notícias concretas do que realmente aconteceu
com a pessoa sumida, os policiais precisarão começar do zero o trabalho de
mapear a realidade a cerca de quem realmente está desaparecido.
O Estado acumula 18 mil Boletins de
Ocorrência (BOs) registrados por desaparecimento desde 2002, o ano em que foi criado
o Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp). Só que não há um banco de
dados que pudesse filtrar as pessoas que reapareceram ou foram localizadas
nesse período.
Isso se deve também porque muitos sequer
fazem o boletim de ocorrência do reaparecimento. Os dados mais recentes
divulgados pela Polícia Civil mostram que, em 2012, foram 3.319
desaparecimentos. Destes, a polícia afirma que 1.947 casos continuam sendo
investigados.
A Delegacia de Pessoas Desaparecidas está
sediada em São José, junto à Delegacia da Mulher, na Rua Adhemar da Silva, no
Kobrasol. A inauguração será na terça-feira. A abrangência de atuação é
estadual e a equipe terá conhecimento de todos os casos registrados no Estado.
Para melhorar o banco de dados, a equipe
ficará responsável em fazer um bloqueio no Sisp da identidade da pessoa que
estiver sumida. Assim, se for localizada e não houver registro do
desaparecimento, ela ficará impedida de dar andamento a documentos como
carteira de identidade e habilitação. Esse modelo já é utilizado em estados
como São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
Um outro serviço oferecido será o de
identificar cadáveres a partir de banco de dados que será criado. Integram a
equipe policiais experientes. O titular é o delegado Wanderley Redondo, com 38
anos de Polícia Civil.
*Do Diário Catarinense.