Emily Ferrari foi vista pela última vez no
dia 4 de maio de 2013, no norte de Minas
Há um ano sem ter notícias da filha, Tatiany
Ferrari, mãe da menina Emily, de oito anos, desaparecida no dia 4 de maio de
2013 em Rio Pardo de Minas, norte do Estado, não perde as esperanças. Segundo o
advogado da família, Diogo Correa, a vida da mulher nunca voltou ao normal.
Mesmo após 12 meses de angústia e incertezas, no entanto, Tatiany tem fé de que
a criança esteja “viva e sendo cuidada em algum lugar”. Confiante no
reencontro, ela está construindo um quarto novo para a filha.
Emily, que tem necessidades especiais, foi
vista pela última vez brincando na frente de casa. Dentre as poucas pistas que
surgiram na época, está a informação de que um carro preto teria passado pelo
local no horário do sumiço da criança. A delegada Cristina Coeli, especialista
em desaparecimentos em Minas, assumiu o caso. Segundo a assessoria de imprensa
da Polícia Civil, as investigações continuam. A corporação pediu ajuda à
Polícia Federal e à Interpol, que vai divulgar a imagem da garota em 189
países. No entanto, até o momento, nada foi revelado.
O defensor da família aposta na competência
da delegada para desvendar o mistério. Para ele, o sumiço de Emily é cercado
pela “obscuridade” e se trata de uma trama complexa. Ele ressalta que as
apurações estão em sigilo desde que Cristina passou a comandar as diligências.
Há cerca de dois meses, a policial esteve em Rio Pardo de Minas com sua equipe
e interrogou várias pessoas. Correa não sabe ao certo dizer o que ela buscava,
mas avalia a peculiaridade da situação.
—Creio que só ela [delegada] para desvendar o que aconteceu com a Emily. É
um caso atípico, já que Emily era uma criança que não tinha perfil de outras
que vão para o tráfico, nem de adoção internacional ou tráfico de órgãos. Ela
visivelmente tinha uma deficiência, então um traficante não pegaria uma criança
doente.
Amigo da mãe da menina há anos, o advogado
afirma que “chega a arrepiar” com a fé da mulher de que a filha será localizada
e alega que, como profissional, não acredita que Emily esteja viva.
—Como advogado, como técnico, eu não mais
acredito que a criança esteja viva. Mas eu também sou amigo da família e tentou
ter a fé que a família ainda mantém.
Um ano
de dor
O sentimento de Tatiany é compartilhado pelo
pai da menina, Leandro Gomes Campos, que afirma ficar “com o telefone do lado
24 horas”, na expectativa de receber boas notícias da Polícia Civil. Mesmo
confiante no trabalho da corporação de Belo Horizonte, ele acredita que uma
equipe de suporte deveria atuar no Rio Pardo e pretende “correr atrás disso”
junto à ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). Para ele, Emily ainda
vai voltar para casa.
—Tem sido um ano de muita dor, a gente tá
buscando o que pode para encontrar a Emily. Todo dia eu acordo achando que vou
receber uma ligação. Mas até que me provem o contrário, eu tenho esperança de
que minha filha está viva.