Assistente social e psicóloga fazem buscas em
abrigos e praças da cidade.
Tadeu de Jesus Fernandes saiu de casa sozinho
no domingo (16).
Uma assistente social e uma psicóloga da
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Mogi das Cruzes (SP),
procuram nesta quarta-feira (19) pistas de um aluno de 21 anos, desaparecido no
último domingo (16).
A equipe da associação vai percorrer durante
toda manhã abrigos e praças da cidade atrás de Tadeu de Jesus Fernandes,
conforme informou a direção da associação. Segundo o pai do jovem, ele teria
saído de casa sozinho para ir até o parque.
A coordenadora pedagógica da Apae, Andrea
Cristina de Almeida, disse que funcionários da Associação Comercial de Mogi das
Cruzes viram o estudante vagando na noite desta terça (18) na Praça José
Antônio Batalha, no bairro do Shangai. "Depois dessa informação nossa
equipe vai até o local. Além disso, vamos verificar a região e os abrigos para
ver se ele dormiu em algum deles.
Ele deve estar por perto", diz.
"Tadeu sempre foi um aluno muito independente. Ele vem para a escola
sozinho e costuma pegar ônibus. Não sabemos o que pode ter acontecido",
afirma Andrea.
Tadeu de Jesus Fernandes, de 21 anos, estuda
na Apae de Mogi desde 2002 depois que foi constatada uma deficiência
intelectual decorrente de uma encefalopatia fixa da infância. Por conta disso,
segundo a coordenadora da escola, Tadeu apresenta dificuldades de aprendizagem
e costuma ter confusões mentais além de falhas na memória. "Apesar da
deficiência, a comunicação verbal dele é boa. Ele é um aluno bem quieto e
tímido. Na última semana ele não apresentou nenhuma mudança de comportamento.
Ele sempre saiu sem os pais. Essa independência é algo importante, pois eles
precisam aprender a se virar sozinhos", explica.
No dia do desaparecimento, o estudante estava
com calça marrom, camiseta verde e um sapato com as cores branco e amarelo. Ele
também costumava sair com um óculos de armação preta. Segundo o pai de Tadeu,
Euclides Alves Fernandes, o filho saiu de casa, na Vila Oropó, por volta das
18h do domingo (16) para dar uma volta e não retornou mais. "Ele falou que
ia ao "parquinho".
Como ele tem costume de sair sozinho não
impedimos, mas quando anoiteceu ele não voltou", relembra. "A única
coisa que percebemos é que o Tadeu estava meio triste, mas ele não falava o
motivo para a gente quando perguntávamos. Acreditamos que ele se perdeu e agora
não consegue voltar para casa."
Apesar da preocupação, a família só comunicou
o desaparecimento para a polícia depois de 48 horas. O boletim de ocorrência
foi resgitrado no 2º Distrito Policial, em Brás Cubas, nesta terça-feira (18).
Como
agir
Andrea explica que casos de desaparecimentos
entre alunos não são comuns. "Já tivemos casos de alunos que desapareceram
e depois voltaram, mas isso é algo incomum. Temos um caso a cada dois anos.
Procuramos orientar bem as mães para que isso não aconteça."
A orientação da associação nesses casos é
fazer um boletim de ocorrência assim que for constatado o desaparecimento.
Andrea diz ainda que não há motivos específicos para que uma pessoa com
deficiência suma. "Não sabemos o que leva isso a acontecer. Nos poucos
casos que tivemos aqui os motivos eram pequenos. Alguns ficaram irritados
porque as mães não deixavam sair ou porque queriam passear sozinhos".
Ao ser encontrado, a coordenadora explica que
o aluno e a família são convocados pela equipe da Apae. "Quando este
estudante volta, uma psicóloga e uma assistente social conversam com ele e com
os pais. Depois é feito um trabalho individualizado com este aluno para saber o
motivo do desaparecimento, o que houve nesses dias sumido, onde ele ficou e o
que ele fez".