A parceria entre a Guarda Municipal e a
Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas apresentou ontem o projeto que
pretende evitar o desaparecimento de crianças em nossas praias. Foram
divulgados o modelo da pulseira de identificação a ser colocada no pulso das
crianças, o cronograma das praias em que serão distribuídas e a quantidade.
Além da GMF e da Polícia Civil, também apoiam e participam da iniciativa a
Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis, o Movimento Catarinense de
Busca da Criança Desaparecida e o Portal da Esperança.
Dez mil pulseiras de identificação para
crianças começam a ser distribuídas nas praias de Florianópolis a partir de
quinta-feira. A ação faz parte de um projeto piloto e é uma parceria entre a
Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (DPPD) e da Secretaria de Defesa
do Cidadão do Município.
A ação quer evitar que os pequenos se percam
de seus pais e a ideia é que o serviço seja estendido a outras cidades do
Estado. Com praias lotadas, muitas cores e informações, as crianças pequenas,
sem muito senso de direção, podem se perder facilmente. O melhor remédio nessa
hora é o olhar atento dos responsáveis, mas todo os artifícios para a prevenção
são bem-vindos.
A pulseira com o nome dos responsáveis e
contatos telefônicos facilita a sua identificação e faz com que a criança fique
sozinha por menos tempo.
— O dano que uma criança desaparecida pode
causar é grande, por ser um desaparecimento involuntário. A intenção é que isso
não aconteça e que os traumas psicológicos sofridos pela criança sejam
reduzidos — ressalta Andresa Ventura, Gestora de Projetos da Secretaria de
Defesa do Cidadão de Florianópolis.
Além da distribuição de pulseiras, a ação que
começa nas praias de Jurerê, Daniela, Ingleses e Canasvieiras, também será
focada na conscientização. Seis policiais da Delegacia de Desaparecidos e três
guardas municipais vão andar pelas praias, conversar com as famílias para
passar orientações, entregar panfletos e a pulseirinha, pedindo que eles
preencham a ficha e coloquem na criança. A intenção da DPPD é de que o projeto
se estenda para mais praias da Ilha de Santa Catarina e de que seja levado para
outras cidades do Estado.
Na próxima semana, o titular da delegacia,
Vanderlei Redondo, deve se encontrar com a secretaria do Meio Ambiente de
Balneário Camboriú para definir datas de distribuição. Contatos com as cidades
de Laguna, São Francisco do Sul e Itapema também já foram iniciados.
— No final do ano, pretendemos levar o
projeto para a Secretaria de Segurança Estadual para fazermos um trabalho em
conjunto com o Corpo de Bombeiros, pois são eles que estarão nas praias — conta
Redondo.
O desafio para o poder público é evitar que
casos de crianças perdidas se transformem em desaparecimentos. De outubro do
ano passado até agora foram 12 ocorrências de crianças desaparecidas nas praias
catarinenses. No mesmo período, o Corpo de Bombeiros registrou 363 casos de
crianças perdidas nas 153 praias com a presença de Guarda-vidas — 153 deles só
em Florianópolis, 10 em Itajaí, 34 na região de Governador Celso Ramos e
Palhoça. Na região de Balneário Camboriú, foram 166 casos.
Os registros verificados pelos bombeiros
referem-se a situações que compreendem um curto espaço de tempo. As ocorrências
policiais dizem respeito a uma situação que compreende um período maior de
desaparecimento.
Em toda a temporada passada (de outubro de
2012 até 30 de abril de 2013), foram 1.375 — 212 em praias de Florianópolis,
593 em praias de Balneário, 511 nas praias do Continente (entre Gov Celso Ramos
e Palhoça) e 18 casos nas praias do Sul.
Onde
conseguir
- Todos os postos guarda-vidas do Estado têm
pulseirinhas para distribuição
- O identificador também pode ser encontrado
na Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (rua Ademar da Silva, 1.035,
Bairro Kobrasol, São José). Outras informações no telefone (48) 3665-5595 ou
pelo e-mail desaparecidos@pc.sc.gov.br.
Dicas
para os pais
- Fique de olho na criança, a melhor maneira
de evitar que ela se perca é a prevenção.
- Caso a criança se perca, procure um agente
público: guarda-vidas, policial militar ou guarda municipal. É fácil
identificá-los, pois estão sempre uniformizados. Eles saberão como proceder.
- Em seguida, mobilize o maior número de
pessoas possível, passando as características físicas da criança.
- Quanto menos tempo a criança ficar perdida,
menor será o trauma enfrentado por ela.
Dicas
para quem encontra uma criança perdida
Ao encontrar uma criança perdida, a primeira
coisa a fazer é gritar pelo nome dos pais, que geralmente não estão longe. Caso
não haja resposta, leve o menino ou menina até um agente público para pedir
orientações. Quando a criança está de pulseirinha, tudo fica mais fácil, pois o
adulto que a encontrar tem acesso aos contatos dos pais e a criança pode ser
devolvida à família mais rapidamente.
Cronograma
de distribuição
Quinta-feira: Jurerê e Daniela
Sexta-feira: Ingleses e Canasvieiras
das 9h30 até o final da tarde
Sábado, se o tempo ajudar, a equipe voltará
às quatro praias