Amanda Correia foi a uma festa há 1 ano e não
voltou, em Castelo.
No Dia dos Pais, pai conta que ainda tem
esperanças de reencontrá-la.
Para o pedreiro José Carlos Correia o dia dos
pais este ano não será como os outros. A data, que deveria ser de
comemoração, também marca um ano do
desaparecimento da filha, Amanda Correia, que sumiu na noite do dia 11 de
agosto do ano passado, em Castelo, região Sul do Espírito Santo. A jovem disse
para a família que iria para uma casa de shows com uma amiga e nunca mais
voltou. Embora ainda não tenha sido encontrada nenhuma pista concreta sobre o
paradeiro da menina, a família não perde as esperanças e a Polícia Civil segue
investigando o caso.
Emocionado, o pai da jovem garante que não
será fácil passar o dia dos pais sem Amanda: " A esperança nunca pode
acabar. Ela tem que aparecer um dia. O dia dos pais vai ser pesado pra mim, mas
fazer o que, né? Pedir a Deus pra voltar", disse.
No quarto que pertencia à garota, quase tudo
ainda permanece como ela deixou. Uma imagem de Nossa Senhora com a foto de
Amanda e uma vela, quase sempre acesa, são vestígios da esperança alimentada
pelos familiares. A doméstica Elisa Regina, mãe de Amanda, conta que só resta
esperar. "Não tem outro jeito mesmo, não é? Então tem que esperar em Deus
que uma hora ela aparece para acabar essa angústia e esse sofrimento, que é
muito", desabafou a mãe.
Segundo a polícia, o paradeiro de Amanda é um
dos casos mais intrigantes nos últimos tempos no Espírito Santo. Ela saiu de
casa dizendo que iria com uma amiga para uma casa de shows. no bairro Bela
Vila, em Castelo. Clientes do estabelecimento disseram para a polícia que não
viram a jovem desaparecida. "Depois que saiu de casa, minha menina passou
uma mensagem para o celular da amiga pedindo socorro, mas, quando a amiga
retornou a ligação, não conseguiu falar", disse a mãe Elisa Regina.
O caso de Amanda ganhou repercusão nacional.
Uma campanha de busca foi mobilizada na internet e amigos chegaram a realizar
uma passeata. "De noite, só sonhando, esperando ela voltar. Eu espero que
um dia ela vai voltar, se Deus quiser", disse o pai José Carlos, vestindo
uma das 500 camisas que levam o rosto da garota estampado. Além disso, a família
espalhou dois mil panfletos com foto e informações sobre o desaparecimento da
jovem. Ainda empenhados na busca,
eles também articularam conversas com
políticos em busca de apoio e recursos que ajudem a encontrar Amanda, que
completaria 17 anos este ano.
A Polícia Civil também continua investigando,
mas o caso parece estar longe de um fim. O delegado Tiago Bernardes, atualmente
responsável pelo caso, trabalha com duas
linhas de investigação: homicídio ou fuga. "A princípio, quando ela
desapareceu, foram feitas várias dirigências, busca e apreensão, procuramos por
suspeitos, mas infelizmente não conseguimos obter nenhuma informação a respeito
do paradeiro da Amanda", explicou o delegado.
Andamento
das investigações
Nos primeiros dois meses de desaparecimento
da adolescente, o delegado Robson Vieira era quem estava comandando o Distrito
Policial de Castelo. Quando respondia pela delegacia de Castelo, ele informou
ao G1 que o caso de Amanda foi o mais complicado de toda a sua carreira como
delegado. “Faltavam informações concretas. Todas as pessoas que se relacionavam
com a jovem foram ouvidas mais de duas vezes. Saímos várias vezes da delegacia
para apurar algumas informações no interior da cidade, e nada”, comentou.
Em setembro do ano passado, Vieira disse que
torpedos do celular de Amanda foram enviados para duas amigas na noite de seu
sumiço, mas as meninas apagaram o conteúdo assim que leram as mensagens. “Elas
disseram que a jovem mandou as mensagens por volta de 0h40, já de domingo, ou
seja, dia 12. O conteúdo das mensagens era o mesmo para as duas, só não sei ao
certo as palavras usadas, já que as meninas apagaram o torpedo. Amanda disse
que estava muito triste, chorando e que tinha bebido. Segundo as meninas, a
jovem não disse com quem e onde estava”, contou Vieira ao G1 no dia 10 de
setembro.
Em dezembro, o delegado Marcelo Ramos era
quem estava à frente do Distrito Policial de Castelo e conduzia as
investigações sobre o caso da adolescente. Na época, Ramos garantiu que a
investigação continuava forte. “Prefiro não passar muitos detalhes sobre este
caso para não atrapalhar os nossos trabalhos, posso adiantar que estamos
trabalhando forte neste assunto”, disse.
*Do G1.