Em criança fugiu por brincadeira e só agora
descobriu o caminho para casa
Uma mulher na China, que fugiu da casa dos
pais quando tinha sete anos, voltou a encontrar a família, no centro do país,
37 anos depois.
De acordo com o «The Telegraph», Jiang Aiwu,
agora com 44 anos, casada e mãe de uma filha, fugiu de casa dos pais quando era
criança, depois de ter perdido o dinheiro que lhe tinha sido dado para ir
comprar carne ao mercado. Com medo que os pais a castigassem, Jiang Aiwu disse
à irmã que ia à casa de banho e resolveu fugir.
A criança refugiou-se num comboio de
mercadorias, perto do local, e acabou por adormecer. Quando acordou, o comboio
já não estava na estação e foi então que começou uma jornada pelo Leste da
China, sem saber ao certo como regressar a casa. Durante anos, Jiang Aiwu
mendigou nas ruas e esteve em instituições de apoio, sem nunca conseguir voltar
a casa.
Jiang Aiwu acabou por criar raízes em Xuzhou,
uma cidade na província oriental de Jiangsu, a mais de 800 quilómetros a
nordeste de Chenzhou, onde nasceu. Aiwu cresceu, tornou-se mulher, casou-se,
teve uma filha e a história teve um final feliz: na semana passada, reencontrou
a família.
De acordo com o site «Jiangsu News Online», o
reencontro foi possível graças a uma organização intitulada «Bebé volta para
casa», que é especializada em ajudar crianças perdidas a localizar as famílias.
A máfia de exploração e tráfico de menores rapta dezenas de milhares de
crianças chinesas por ano e várias organizações do mesmo género surgiram para
ajudar as famílias a procurar os filhos desaparecidos.
Usando a rede nacional de informadores, a organização
conseguiu descobrir que a família de Jiang Aiwu viveu numa comunidade rural de
mineração de carvão na província de Hunan, no final dos anos 1970. Nos anos a
seguir ao desaparecimento da filha, a família mudou-se para o norte de Hunan,
para a província de Shanxi, e foi lá que se encontraram na quinta-feira, pela
primeira vez em 37 anos.
«Desculpa o que te fiz e ao pai. Não devia
ter fugido», disse Jiang Aiwu à mãe, no momento do reencontro.
A mãe de Jiang Aiwu, Jia Qiuju, respondeu,
chorosa, que apesar de terem passados tantos anos, a filha está igual: «Nem é
preciso fazer teste de ADN. Passaram-se anos mas estás igual».