Uma mídia de forte apelo visual, com acesso
gratuito e instalada em rodovias ou vias urbanas, é a nova aliada da Polícia
Civil de Minas na busca por desaparecidos. Fotos de pessoas de paradeiro
desconhecido começaram a ser divulgadas, nesta semana, em painéis de diodos
emissores de luz, o popular LED.
Parceria sem fins lucrativos firmada com a
PAD Comunicação prevê 400 inserções de dez segundos por dia. Ao todo, serão
usados nove outdoors eletrônicos espalhados pelos principais corredores de
tráfego de Belo Horizonte.
A divulgação eletrônica integra o programa
Alerta Minas, que cria uma rede de cooperação para a localização de
desaparecidos. Entre os mecanismos já utilizados estão o Jornal do Ônibus,
imagens nas contas de água e luz e panfletos deixados em hotéis, motéis e
agências de turismo do interior.
Segundo a chefe da Divisão de Referência da
Pessoa Desaparecida, Cristina Coelli, o painel de LED será fundamental para que
a sociedade tome conhecimento dos casos de forma rápida e possa oferecer ajuda.
Tempo
real
“O retorno desses mecanismos acontece, na
maioria das vezes, em tempo real, logo após a divulgação. Diferentemente do
trabalho de investigação, que é árduo e pode demorar muito tempo, pois nele se
analisa uma série de fatores, como possibilidade de sequestro, homicídio e
perda de memória, entre outros”, explica a delegada Cristina Coelli.
O sócio-diretor da PAD Comunicação, Alexandre
Davis, acredita que a localização estratégica dos painéis irá contribuir para a
descoberta do paradeiro dos desaparecidos.
Segundo ele, os LEDs estão em pontos de
grande movimento e vão garantir um “retorno social” para a sociedade.
Cinco
sumiços a cada 24 horas em Minas
Quase cinco pessoas somem todos os dias em
Minas Gerais. Atualmente, 2.740 homens, mulheres e crianças são procurados pela
Polícia Civil. O alerta deve ser dado de imediato pela família.
Só até fevereiro deste ano, 291 inquéritos
para apurar sumiços foram instaurados pela Divisão da Pessoa Desaparecida de
Minas Gerais. A média é de quase cinco ocorrências por dia. Desde 2006, quando
o cadastro estadual foi lançado, 16.470 casos foram investigados. Atualmente,
2.740 homens, mulheres e crianças são procurados pela polícia.
Segundo a delegada Cristina Coelli, os
registros desafiam a corporação pela complexidade ou total falta de pistas do
paradeiro. A maioria dos desaparecidos se encaixa no mesmo perfil: homem, com
idade entre 22 e 45 anos e histórico de conflito familiar.
A policial reforça que o primeiro passo para
a localização de uma pessoa é o registro do boletim de ocorrência. A queixa
pode ser feita na Policia Civil ou na Militar. Em seguida o documento de
identidade da pessoa é bloqueado.
Uma foto do desaparecido deve ser levada
pelos parentes para facilitar as buscas. A polícia alerta que a família não
deve esperar 24 horas para registrar a ocorrência de desaparecimento, pois
nesse intervalo é possível sair até do país com crianças ou adolescentes, por
exemplo.
* Do Jornal Hoje em Dia.